segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Por trás do Genocídio em Gaza: As relações promíscuas entre EUA e Israel


A colaboração militar entre os Estados Unidos e Israel desempenha um papel central nas relações bilaterais, refletindo uma parceria estratégica fundamentada em considerações políticas, estratégicas e de segurança. A assistência militar dos EUA a Israel, composta por auxílio financeiro e fornecimento de tecnologia avançada, é crucial para fortalecer as capacidades de defesa israelenses em uma região complexa em termos de segurança.

Autores como John Mearsheimer e Stephen Walt, em sua obra "The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy", argumentam que a influência do lobby israelense nos Estados Unidos desempenha um papel significativo na determinação das políticas externas e de assistência militar dos EUA para Israel. Eles destacam as implicações geopolíticas desse relacionamento, questionando se tal apoio incondicional é benéfico ou prejudicial para os interesses nacionais dos Estados Unidos.

Por outro lado, autores como Dore Gold, em "Hatred's Kingdom: How Saudi Arabia Supports the New Global Terrorism", destacam a importância da parceria entre os EUA e Israel como um contrapeso estratégico aos desafios regionais, especialmente em meio às complexidades geopolíticas do Oriente Médio. Gold argumenta que essa aliança é essencial para a estabilidade da região e para a segurança dos interesses americanos.

A colaboração militar vai além do fornecimento de armamentos, abrangendo também o treinamento militar conjunto e o intercâmbio de inteligência. Autores como Efraim Inbar, em "Israel's National Security: Issues and Challenges Since the Yom Kippur War", destacam a importância dessas dimensões colaborativas na construção de capacidades conjuntas de resposta a ameaças comuns, como o terrorismo e a instabilidade regional.

No entanto, é crucial considerar as críticas levantadas por acadêmicos como Noam Chomsky, que, em diversas obras, destaca as possíveis ramificações negativas da cooperação militar entre os EUA e Israel, especialmente no contexto dos esforços de paz no Oriente Médio. Chomsky argumenta que o apoio incondicional dos EUA a Israel pode agravar as tensões e complicar os esforços para alcançar soluções pacíficas.

Em síntese, os interesses militares entre os Estados Unidos e Israel, analisados por autores proeminentes, revelam uma rede complexa de dinâmicas geopolíticas, estratégicas e de segurança que continuam a influenciar as relações bilaterais e a configuração do cenário no Oriente Médio.O Sionismo, conceito que remonta ao final do século XIX como resposta ao antissemitismo europeu, emergiu como um movimento político-cultural defendendo o estabelecimento e preservação de um Estado judeu na Terra de Israel^1^. Em 1948, o Estado de Israel foi oficialmente criado, destacando-se como um evento marcante na história sionista.

Contudo, a controvérsia persiste nos assentamentos judaicos na Cisjordânia, considerados ilegais pelo direito internacional, exacerbando as tensões entre Israel, palestinos e a comunidade global^2^. Este tema envolve uma análise crítica de Demétrio Magnoli, notável geógrafo brasileiro, que enfatiza a importância de compreender as complexidades históricas, políticas e culturais envolvidas na região^3^.

O conflito entre Israel e palestinos, notadamente na Faixa de Gaza, tem resultado em ciclos repetitivos de violência, levando a perdas civis significativas e gerando preocupações acerca da proporção dos meios empregados por Israel^4^. Neste contexto, autores como Ilan Pappé, historiador israelense, lançam luz sobre a perspectiva palestina e analisam criticamente eventos específicos, como o genocídio na Faixa de Gaza^5^.

No âmbito das acusações contra Benjamin Netanyahu, ex-primeiro-ministro de Israel, diversas alegações, incluindo corrupção e má conduta, foram objeto de investigações e processos judiciais^6^. A complexidade dessas acusações pode ser explorada à luz das obras de Eric Hobsbawm, notável historiador britânico, que fornece uma perspectiva histórica valiosa ao entender o sionismo e o estabelecimento de Israel no contexto mais amplo das transformações políticas do século XX^7^.

Além disso, analistas como Avi Shlaim e Noam Chomsky oferecem insights críticos sobre as dinâmicas contemporâneas e as implicações geopolíticas da região^8^. Shlaim, por exemplo, examina as relações internacionais de Israel, enquanto Chomsky aborda questões relacionadas aos direitos humanos na região, contribuindo para um entendimento mais profundo do conflito israelense-palestino.

Ao considerar estas fontes variadas, busca-se proporcionar uma abordagem abrangente, levando em conta múltiplas perspectivas acadêmicas sobre o sionismo, assentamentos, genocídio na Faixa de Gaza e as acusações contra Benjamin Netanyahu.



Notas de Rodapé:

  1. Walter Laqueur, "A History of Zionism: From the French Revolution to the Establishment of the State of Israel" (New York: Schocken Books, 1978).

  2. Conselho de Segurança da ONU, Resolução 242, 22 de novembro de 1967.

  3. Demétrio Magnoli, "O Mundo Contemporâneo: Geopolítica, Geografia e História" (São Paulo: Editora Contexto, 2018).

  4. Amnesty International, "Israel and Occupied Palestinian Territories: Unlawful and Deadly: Rocket and Mortar Attacks by Palestinian Armed Groups during the 2014 Gaza/Israel Conflict," 2015.

  5. Ilan Pappé, "The Ethnic Cleansing of Palestine" (Oxford: Oneworld Publications, 2006).

  6. The Jerusalem Post, "Netanyahu Indicted for Bribery, Fraud, Breach of Trust," 2019.

  7. Eric Hobsbawm, "Nations and Nationalism since 1780: Programme, Myth, Reality" (Cambridge: Cambridge University Press, 1990).

  8. Avi Shlaim, "The Iron Wall: Israel and the Arab World" (New York: W.W. Norton & Company, 2000); Noam Chomsky, "Fateful Triangle: The United States, Israel, and the Palestinians" (Boston: South End Press, 1983).

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