Por Jessé Chahad
O Natal, uma festividade amplamente celebrada, carrega consigo uma rica tapeçaria de influências que se entrelaçam ao longo da história. Sua relação com festivais pagãos, o nascimento do sol, o solstício de inverno, as figuras religiosas de Jesus, Krishna e Mithra revela uma trama cultural complexa.
Os festivais pagãos, como Saturnália e Yule, desempenharam um papel crucial nas origens do Natal. Saturnália, celebrada pelos romanos em honra ao deus Saturno, era marcada por banquetes, presentes e uma atmosfera de alegria coletiva. Similarmente, Yule, comemorado pelos povos germânicos, coincidia com o solstício de inverno e celebrava o renascimento do sol.
O solstício de inverno, ponto em que o hemisfério norte atinge sua noite mais longa e o dia mais curto, foi significativo em muitas tradições pagãs. A escolha da data de 25 de dezembro para o Natal pode ter sido estratégica, sobrepondo-se a esses festivais pagãos e cristianizando a celebração do renascimento da luz.
No contexto cristão, o Natal é associado ao nascimento de Jesus Cristo em Belém. O relato bíblico descreve a chegada do Salvador, anunciada por anjos e testemunhada por pastores. Embora a Bíblia não especifique a data, a celebração do Natal foi estabelecida pela Igreja para celebrar a encarnação de Jesus.
Paralelamente, em outras tradições religiosas, encontramos histórias de nascimentos divinos e figuras messiânicas. Krishna, uma divindade hindu, é descrito como uma encarnação do deus Vishnu, nascido para restaurar a ordem cósmica. Mithra, uma figura venerada no culto misterioso romano, também era associado ao sol e ao renascimento.
Ao explorar essas narrativas, percebemos sobreposições simbólicas. O sol, como símbolo de luz e vida, é central em muitas tradições, tanto pagãs quanto religiosas. O renascimento do sol durante o solstício ecoa metaforicamente nas histórias de nascimentos divinos, incluindo a de Jesus.
Em última análise, o Natal emerge como uma celebração complexa, tecida com fios que se estendem por culturas e religiões diversas. Suas raízes pagãs, ligadas ao solstício de inverno, se entrelaçam com a narrativa cristã do nascimento de Jesus, enquanto paralelos podem ser encontrados em figuras religiosas de outras tradições. O Natal, assim, transcende fronteiras e reflete a universalidade do anseio humano por luz, renovação e esperança.