terça-feira, 7 de maio de 2024

Lamarca

"Lamarca" é um drama biográfico que narra a trajetória de Carlos Lamarca, um capitão do Exército Brasileiro que desertou e se tornou um dos mais notórios guerrilheiros durante a ditadura militar. O filme aborda sua transformação de oficial militar a líder revolucionário, sua luta pela justiça social e sua perseguição implacável pelo regime ditatorial até seu trágico fim.


"Lamarca" retrata a vida de Carlos Lamarca, um capitão do Exército Brasileiro que, insatisfeito com a repressão e injustiças do regime militar instaurado no Brasil na década de 1960, decide desertar e se juntar à luta armada contra a ditadura. Inicialmente um oficial dedicado, Lamarca passa por uma profunda crise de consciência ao testemunhar a violência e a opressão do governo contra os cidadãos.

Lamarca se torna líder do Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), um grupo guerrilheiro que busca derrubar o regime através da luta armada. Ele lidera várias ações ousadas, incluindo assaltos a bancos para financiar a revolução e sequestros de figuras importantes. Seu comprometimento com a causa revolucionária o transforma em um ícone de resistência, mas também o coloca na mira dos militares.

Paralelamente à sua vida como guerrilheiro, o filme explora as relações pessoais de Lamarca, incluindo sua complexa relação com Clara, uma companheira de luta, e a amizade com Zequinha, outro guerrilheiro. A narrativa destaca os dilemas morais e os sacrifícios pessoais enfrentados por Lamarca e seus companheiros, que vivem constantemente fugindo e enfrentando o perigo de serem capturados.

A caçada a Lamarca é liderada pelo Major Dantas, que utiliza todos os recursos disponíveis para capturar o guerrilheiro. Em 1971, após uma intensa perseguição, Lamarca é finalmente cercado e morto pelas forças militares no sertão da Bahia. Sua morte marca o fim de uma das figuras mais emblemáticas da resistência armada contra a ditadura militar no Brasil.

"Lamarca" é um retrato poderoso de um homem que trocou uma carreira militar promissora pela luta por seus ideais de justiça e liberdade, enfrentando as adversidades de um regime opressor até seu último suspiro.



Sinopse e Ficha Técnica de "Lamarca"

Título Original: Lamarca
Ano de Lançamento: 1994
Diretor: Sérgio Rezende
Roteiro: Sérgio Rezende e Tairone Feitosa, baseado no livro de José Maria Rabelo e Oldemário Touguinhó
Elenco Principal: Paulo Betti (Carlos Lamarca), Carla Camurati (Clara), José de Abreu (Onofre Pinto), Jorge Coutinho (Zequinha)
Gênero: Drama, Biografia
Duração: 135 minutos
País de Origem: Brasil

terça-feira, 30 de abril de 2024

Deus e o Diabo na Terra de Glauber

Glauber Rocha, um dos mais importantes cineastas brasileiros, deixou um legado marcante que transcendeu as fronteiras do cinema. Nascido em Vitória da Conquista, Bahia, em 1939, Rocha foi uma figura crucial no movimento do Cinema Novo, que revolucionou a produção cinematográfica brasileira nas décadas de 1960 e 1970.

Seus filmes são conhecidos por sua abordagem única e inovadora, que mescla elementos do cinema europeu e do cinema novo latino-americano com uma profunda reflexão sobre a realidade social e política do Brasil. Seus principais trabalhos inluem:

  1. "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964): Este filme, considerado uma obra-prima do Cinema Novo, retrata a história de um vaqueiro nordestino que se rebela contra a opressão e exploração. Com imagens impactantes e uma narrativa complexa, o filme aborda questões como violência, religião e luta de classes.

  2. "Terra em Transe" (1967): Outra obra fundamental de Rocha, este filme é uma reflexão sobre o poder político e a manipulação da mídia. Situado em um país fictício da América Latina, o filme segue um jornalista que se torna um político comprometido com suas ideias, mas que eventualmente é corrompido pelo sistema que tenta mudar.

  3. "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" (1969): Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, este filme é uma continuação espiritual de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", explorando temas como a violência e a injustiça no Brasil rural.

Além de sua filmografia impressionante, Glauber Rocha também foi um pensador influente sobre o cinema brasileiro e latino-americano. Ele escreveu extensivamente sobre a relação entre cinema e sociedade, destacando a importância do cinema como uma forma de arte política e de expressão cultural.

Autores relevantes sobre a história do cinema brasileiro, que também contribuíram para a compreensão do trabalho de Rocha e seu impacto na sociedade brasileira, incluem Jean-Claude Bernardet, Ismail Xavier e Paulo Emílio Salles Gomes. Esses estudiosos ajudaram a contextualizar o Cinema Novo dentro do cenário cultural e político do Brasil, destacando sua importância como uma forma de resistência e crítica social.

A obra de Glauber Rocha está intrinsecamente ligada aos aspectos da sociedade brasileira. Seus filmes abordam questões como a desigualdade social, a violência, a exploração econômica e as contradições políticas do país, oferecendo uma visão penetrante e provocativa da realidade brasileira. Rocha desafiou convenções estéticas e narrativas, buscando criar um cinema que fosse verdadeiramente brasileiro em sua essência, mas universal em sua mensagem. Seu trabalho continua a inspirar cineastas e intelectuais até os dias de hoje, mantendo-se como uma voz relevante e poderosa na cultura brasileira.

Ao aprofundarmos o tema do Cinema Novo e da obra de Glauber Rocha, podemos encontrar conexões significativas com as ideias de Walter Benjamin e o trabalho do historiador do cinema Marc Ferro.

Walter Benjamin, em suas reflexões sobre a cultura e a arte, destacou a importância da obra de arte como uma forma de expressão que carrega consigo as condições sociais e históricas de sua produção. Ele desenvolveu a noção de "aura" da obra de arte, argumentando que a reprodução técnica, como no cinema, poderia transformar essa aura e democratizar o acesso à arte.

No contexto do Cinema Novo brasileiro, as obras de Glauber Rocha e seus contemporâneos refletem esse desejo de democratização cultural e social. Rocha e outros cineastas buscavam romper com as convenções estéticas do cinema comercial e produzir filmes que fossem mais acessíveis ao público brasileiro, ao mesmo tempo em que exploravam questões profundas da sociedade.

A influência de Benjamin também pode ser vista na abordagem de Rocha em relação à montagem cinematográfica. Assim como Benjamin discutiu a ideia de montagem como uma forma de revelar as contradições sociais e históricas, Rocha utilizou técnicas de montagem inovadoras para criar um discurso cinematográfico que fosse crítico e provocativo.

Por outro lado, o historiador do cinema Marc Ferro oferece uma perspectiva interessante ao analisar o Cinema Novo no contexto das transformações políticas e sociais do Brasil. Ferro argumenta que o movimento cinematográfico brasileiro estava intrinsecamente ligado ao contexto político da época, especialmente durante os anos de ditadura militar.

Nesse sentido, os filmes de Glauber Rocha e seus contemporâneos podem ser vistos como formas de resistência e contestação ao regime autoritário. Suas obras frequentemente abordavam temas como a opressão social, a luta de classes e a violência política, oferecendo uma visão crítica da realidade brasileira.

Portanto, ao considerarmos a obra de Glauber Rocha à luz das ideias de Walter Benjamin e das análises de Marc Ferro, podemos perceber como o Cinema Novo brasileiro foi uma forma de arte profundamente enraizada em seu contexto histórico e social. Suas obras não apenas refletiam as condições de vida no Brasil, mas também buscavam transformar essas condições por meio de uma expressão artística ousada e inovadora.


domingo, 28 de abril de 2024

Vermelho Brasil

"Vermelho Brasil" é um filme de aventura e drama histórico que se passa durante o período da colonização do Brasil no século XVI. Baseado no romance histórico de Jean-Christophe Rufin, o filme narra a tentativa francesa de colonizar o Brasil, especificamente a fundação da França Antártica na Baía de Guanabara.

O enredo segue dois irmãos, Just e Colombe, que são contratados como intérpretes por Nicolas Durand de Villegagnon, o líder da expedição francesa. Os irmãos, inicialmente cativos, se envolvem profundamente nos conflitos entre os colonizadores franceses e os povos indígenas, bem como nas intrigas políticas e religiosas entre católicos e protestantes. A história se desenrola mostrando as dificuldades e aventuras enfrentadas pelos colonos franceses em uma terra desconhecida e hostil, culminando em um confronto dramático pelo controle da colônia.


No ano de 1555, uma expedição francesa liderada por Nicolas Durand de Villegagnon chega ao Brasil com a missão de estabelecer uma colônia na Baía de Guanabara, hoje conhecida como Rio de Janeiro. Entre os colonos, estão Just e Colombe, dois irmãos que foram capturados e agora atuam como intérpretes. À medida que se adaptam à nova vida, os irmãos se veem divididos entre sua lealdade aos franceses e as relações que começam a desenvolver com os povos indígenas locais.

A colônia, chamada França Antártica, enfrenta inúmeras adversidades, incluindo doenças, escassez de alimentos, e conflitos constantes com os colonos portugueses que também desejam a posse do território. Além disso, tensões religiosas entre católicos e protestantes franceses ameaçam a unidade dos colonos.

Villegagnon, um líder carismático mas autoritário, enfrenta desafios crescentes ao tentar manter o controle sobre a colônia. Sua visão de um refúgio para os protestantes na Nova França é constantemente ameaçada por intrigas internas e pela resistência feroz dos portugueses e dos indígenas.

"Vermelho Brasil" é um épico histórico que retrata a luta pela sobrevivência e o choque de culturas durante um dos momentos mais intrigantes da história da colonização das Américas.

Ficha Técnica

  • Título Original: Rouge Brésil
  • Direção: Sylvain Archambault
  • Roteiro: Jean-Christophe Rufin (baseado em seu próprio romance)
  • Elenco Principal:
    • Stellan Skarsgård como Nicolas Durand de Villegagnon
    • Joaquim de Almeida como Le Chancelier
    • Théo Frilet como Just
    • Juliette Lamboley como Colombe
    • Sergio Machado como Tibiriçá
  • Produção: Pampa Films, Ficción Producciones, France 2 Cinéma
  • Gênero: Drama, Histórico, Aventura
  • Duração: 180 minutos (dividido em duas partes para TV)
  • País de Origem: França, Brasil, Canadá
  • Idioma: Francês, Português
  • Ano de Lançamento: 2012

O Xangô De Baker Street



"O Xangô de Baker Street" é uma comédia de mistério brasileira dirigida por Miguel Faria Jr., baseada no livro homônimo de Jô Soares. A trama se desenrola no Rio de Janeiro de 1886 e combina elementos de humor com o clássico estilo de investigação de Sherlock Holmes.



    No enredo, a violoncelista brasileira D. Pedro II pede ajuda ao famoso detetive Sherlock Holmes e seu fiel amigo Dr. Watson para resolver o mistério do desaparecimento de um valioso violino Stradivarius, presente da imperatriz Teresa Cristina. Durante sua investigação no Brasil, Holmes se depara com uma série de assassinatos brutais, aparentemente ligados ao desaparecimento do instrumento. Com a ajuda do pragmático Dr. Watson e da atriz francesa Sarah Bernhardt, Holmes mergulha na vibrante e caótica cidade do Rio de Janeiro do século XIX, encontrando personagens exóticos e situações hilárias. Entre capoeiristas, prostitutas e membros da alta sociedade, o detetive inglês precisa decifrar enigmas e lidar com os costumes locais para solucionar o caso.

    Em 1886, o Imperador Dom Pedro II do Brasil está desesperado após o misterioso desaparecimento de um valioso violino Stradivarius, presente de sua esposa, a Imperatriz Teresa Cristina. Para resolver o caso, ele convoca o renomado detetive inglês Sherlock Holmes e seu fiel companheiro Dr. Watson ao Rio de Janeiro. Ao chegarem, Holmes e Watson são recebidos com entusiasmo pela elite carioca, mas rapidamente percebem que a cidade esconde segredos sombrios.

    Enquanto investigam o desaparecimento do violino, uma série de assassinatos brutais começa a ocorrer, com as vítimas apresentando mutilações incomuns. Holmes suspeita que os crimes estejam relacionados ao violino desaparecido e mergulha nas entranhas do Rio de Janeiro para desvendar o mistério. Com a ajuda da famosa atriz francesa Sarah Bernhardt e enfrentando diversos desafios culturais, Holmes e Watson navegam por uma cidade cheia de contrastes, desde os palácios da aristocracia até os becos das favelas.

Em meio a humor e tensão, "O Xangô de Baker Street" é uma história cativante que mistura o estilo clássico das histórias de Sherlock Holmes com a vibrante e pitoresca atmosfera do Brasil imperial, proporcionando uma aventura única e cheia de reviravoltas.

Ficha Técnica

  • Título Original: O Xangô de Baker Street
  • Direção: Miguel Faria Jr.
  • Roteiro: Jô Soares, Guel Arraes, Miguel Faria Jr. (baseado no livro de Jô Soares)
  • Elenco Principal:
    • Joaquim de Almeida como Sherlock Holmes
    • Anthony O'Donnell como Dr. Watson
    • Maria de Medeiros como Sarah Bernhardt
    • Cláudia Abreu como Baronesa Maria Luiza
    • Marco Nanini como D. Pedro II
  • Produção: Riofilme, Columbia Pictures do Brasil, Filmes do Equador
  • Gênero: Comédia, Mistério
  • Duração: 124 minutos
  • País de Origem: Brasil
  • Idioma: Português
  • Ano de Lançamento: 2001